Sem grandes obras, parcerias tímidas e serviços comprometidos: o legado discreto de Jai de Barrocas
Enquanto prefeitos e prefeitas da região entregam complexos escolares, escolas de tempo integral, ginásios de esportes e creches, o prefeito de Barrocas anuncia, com orgulho, que antecipou o 13º salário. Esse, ao que parece, é o legado que ele pretende deixar: o pagamento em dia! Mas será que isso basta para satisfazer a população? Para muitos, o básico não é mais que obrigação, e problemas como a polêmica do FGTS – com valores recolhidos, mas não creditados – permanecem como uma sombra sobre a gestão que se encerra.
Jair de Barrocas não fez um governo desastroso, é verdade. Ele conseguiu evitar as dificuldades de pagamentos que marcaram o mandato de seu antecessor. Mas, ao focar tanto em não repetir os erros do passado, ele esqueceu de superar os acertos. Está prestes a entregar a prefeitura sem grandes conquistas: poucas máquinas para a Secretaria de Obras, nenhum caminhão-pipa para combater a seca – um problema crônico na região – e sem grandes obras que marquem sua gestão.
A comparação com seu antecessor é inevitável. Enquanto este construiu a sede da prefeitura e a câmara municipal, Jai não concluiu o centro administrativo, que poderia abrigar as secretarias municipais. Reformas foram feitas, mas pouco além da pintura mudou. E, se o discurso oficial alardeava uma gestão quase perfeita nas rádios, a realidade do dia a dia foi outra. O CAPS, a Farmácia Básica e a Secretaria de Saúde eram os verdadeiros termômetros para o povo, que precisava marcar exames, buscar medicamentos ou acessar serviços essenciais. Foi ali que a distância entre o discurso e a prática ficou evidente.
Outro ponto sensível foi o enfrentamento da seca. Há quem diga que o adversário, mesmo fora do poder, conseguiu fazer mais pela população nesse período do que o prefeito, que detinha o controle da máquina pública. O resultado? Apesar de ter um bom candidato à sua sucessão, Jai não conseguiu eleger o escolhido.
Sua gestão, que cumpriu o básico com rigor, careceu de algo a mais: a capacidade de surpreender e marcar a história. Diferente do que apregoavam as propagandas, não houve novos postos de saúde, creches ou estruturas administrativas erguidas. Para muitos, Jai deixou um governo sem grandes erros, mas também sem grandes feitos.
Por Barroquinha, O Colunista
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