Barrocas e as estórias que o Povo Conta! A BA411 e o engenheiro foragido

Arte Kauã Sherman

Foi em meados da década de 80 que segundo relatos de populares surgiram os comentários mais consistentes sobre a obra de pavimentação da BA411, trecho entre o então distrito de Barrocas à cidade de Serrinha. O asfaltamento da via sempre foi usado como meio de conseguir votos junto ao eleitorado barroquense, e em diversos momentos o povo foi enganado, no caso mais hilário teve até um engenheiro foragido que apareceu  prometendo empregos na 'grande' obra que segundo ele, iria iniciar em breve.

O 'Quadro - 'Barrocas e as estórias que o Povo Conta', não tem pretensão de apresentar relatos com precisão histórica, aqui contaremos 'estórias', ou seja, textos com uma narrativa popular, contos tradicionais, sem embasamento documental, sem pesquisa mais aguçada ou relatos de testemunhas.

Um engenheiro foragido: Conta-se que certa vez chegou em Barrocas um homem bem vestido e muito falador, com conversa bonita, percorrendo os estabelecimentos comerciais  fez circular na rua o boato de que estava a procura de pessoas para trabalhar na pavimentação da estrada de Serrinha, como chamava-se naquele tempo. Afirmava o tal engenheiro, que tinha sido enviado por uma firma bastante conhecida no Brasil, no ramo de obras, e assim muita gente acreditou. Com isso, o homem foi bem recebido, teve direito a automóvel, e começou a recrutar as pessoas para trabalhar na pista. Num antigo armazém de sisal, logo formaram-se longas filas de homens entregando as carteiras de trabalho, fazendo um cadastro para conseguir um emprego que duraria meses. Vieram pessoas até de outras cidades, todos querendo trabalho. 

O problema é que ninguém teve a curiosidade de ligar para a capital para consultar a informação sobre o possível início da obra tão sonhada por todos. Pois bem, a obra nem havia sido licitada ainda pelo Governo do Estado, e tudo não passava de uma mentira, um golpe de um homem foragido de um presídio, que ao perceber que a farsa havia sido descoberta, tratou de deixar Barrocas rapidamente, isso depois de passar dias dormindo em pousada e comendo de graça, sendo tratado como um gabaritado profissional da engenharia. 

Vale lembrar que segundo o conhecido Coto, nem todos os trecheiros da época, caíram no golpe, alguns desconfiaram e nem lá no armazém foram. Você conhece essa estória, conte o que você sabe enviando relato para (75) 99189-6185.

@ Nossa Voz - Com relatos de José de Oliveira / Por Rubenilson Nogueira