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domingo, 19 de julho de 2020

Operários barroquenses comentam sobre a vida no trecho durante a pandemia da Covid-19

Considerada atividade essencial, a construção civil tem seguido os protocolos estabelecidos para prevenção do coronavírus.
Foto Reprodução portal c
imentoitambe.com
A construção civil é uma das principais fonte de renda para centenas de famílias barroquenses. Os chamados trecheiros, operários que atuam nas diversas funções em obras nos quatro cantos do país, passam meses sem visitar suas esposas e filhos, pais e mães. Distante, muitas vezes separados da família por milhares de quilômetros, são tomados pela saudade cotidianamente. Mas neste momento de pandemia, um novo sentimento, o medo diante do surto do coronavírus, faz com que estes barroquenses aumentem a saudades da sua terra natal e as preocupações com os familiares, os amigos e com sua própria saúde. Em conversas com o JNV, alguns revelaram que já contraíram e superaram o vírus, curado, um deles falou sobre o medo da morte. Outros explicaram os cuidados que estão sendo tomados para evitar o contágio.

José Anderson - Carpinteiro
José Anderson Santos, 
conhecido como Zé Gamela, 33 anos, morador do povoado de Velho Domingo e que atualmente trabalha em Minas Gerais como carpinteiro, falou com felicidade sobre sua recuperação, e como foi descoberto a sua infecção com a covid-19: "eu estava trabalhando num dia de sábado, ai quando cheguei do trabalho, tomei banho e fui dormir, quando foi 1h da manhã comecei a sentir falta de ar, levantei agoniado nisso que puxei, puxei o ar voltou, e fui dormir. Aí eu no trabalho estava só cansando, cansando e sem saber. Quando teve uma lista de pessoas para fazer exame, cheguei lá e constou que eu estava com coronavírus. Me derem 7 dias de repouso, fui mantido distanciado dos meus amigos. Não senti sintomas nenhum após a falta de ar. Minha família ficou preocupada, querendo que eu fosse embora, mas aí não tinha como porque eu ia levar a doença para aí, poderia contagiar alguém. Fiquei por aqui e me cuidei, já estou curado. Agora em 20 e 20 dias eles vão fazer o exame. Fiquei com medo achando que ia morrer, mas graças a Deus já estou bem", contou Anderson.

José Roque - Armador
Mesmo distante, com saudade da família e preocupado com o avanço do coronavírus, o armador José Roque Alves, 35 anos, fala sobre a dificuldade de ser trecheiro e como o apoio da família tem sido essencial neste momento: "A vida do trecheiro é sofrida, tivemos aqui no início da pandemia e estamos até hoje na batalha contra esse vírus. Quando surgiu esse vírus a empresa deu férias de 30 dias para ficar com a família, mas logo depois retornamos. É muita preocupação, e uma hora ou outra a gente ia ser infectado, a família que nos ajuda muito, nos dão força. É muito ruim a distância, muita saudade dos meus filhos, da minha família toda, mas pela noite mato um pouco da saudade pelo whatsapp na chamada de vídeo. Falo todos os dias, vejo eles. Fico muito preocupado, mas tenho muita fé em Deus que tudo isso vai passar", falou otimista José Roque. 

Joilton Mota - Pedreiro
Joilton Mota, o conhecido Sombra, que atualmente trabalha como pedreiro em Minas gerais, e reside com sua família no município de Nova Lima, relata sobre os cuidados que a empresa adotou no enfrentamento ao coronavírus com seus trabalhadores: "A prevenção da gente aqui no canteiro de obra a gente faz o uso de máscara, troca em duas e duas horas, quando vamos trocar lavamos as mãos, são 6 máscaras por dia, numeradas, e o distanciamento é de 2 metros em fila de almoço, cartão de ponto. O demais é a gente fazer a nossa parte para poder evitar aglomeração", destacou Joilton.

A luta que é diária ficou ainda mais difícil, apesar de toda essa crise, a fé tem sido aliada para seguirem bem e trabalhando garantindo o sustento da família. A pandemia do COVID-19 também chegou em Barrocas, o município localizado no Território do Sisal da Bahia, tem atualmente 36 casos confirmados, 24 curados e 12 ativos.

Por Ana Clara Santos - Colaborou Rubenilson Nogueira

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