Por Luis Cláudio Motta Mascarenhas Graduado em Letras |
Nesse contexto, imagens vídeos e áudios são trocados numa profusão que nos deparamos com falas e posturas autoritárias, que desenham a construção de um sistema fascista, negacionista em defesa de uma pseudo supremacia em relação aos demais. Nesse contexto, o país vive desde a chegada dos portugueses uma crise de saúde pública e que nos últimos dois anos vem entrando em colapso, em consequência da inexistência de um projeto político para área da saúde, valorização dos profissionais, o não incentivo da prática científica e assim, negam a importância da pesquisa, da ciência e sobretudo, da vida.
Seguindo o mesmo bonde encontramos nos mais longínquos cantos deste país, prefeitos que a apoiaram o sistema de gestão atual, que além de negar a importância da tecnologia e da ciência, negam a própria vida. É quando são questionados, por qualquer assunto que seja, adotam um discurso conservador, que destrói o homem e sua figura pública. Assim, o descontrole é latente, outras acusações são feitas, o que atesta o negacionismo a Ciência Jurídica, ao caracterizar uma denúncia como Fake (palavra da moda), sem ter noção do se trata e o que se consta nos autos do processo de investigação.
[...] "Começam a se manifestarem de tal forma, que chega a envergonhar. A população de Barrocas recebeu isso, com realmente (!) muito desprezo. O povo de Barrocas recebeu essa informação e estão indignados. A população de Barrocas tem me ligado, desde o horário que eles colocaram isso, esse Fake News pra rodar, as pessoas tem se revoltado e foi marcado o povo no Facebook, pessoas tem desmarcado e tem descido a madeira neles."[...] (José Jailson Ferreira, Barrocas, 2020
É necessário lembrar, (mas parece que muitos esquecem), que todo homem dentro de uma conjuntura política, ao exercer o ato de fazer política, tem a obrigação saber, entender e compreender, que elogios e críticas serão feitas, mas que caberá somente aos opositores o exercício de investigar, apurar fatos e denunciar, e nesse propósito, quando partes distintas, se apropriam de argumentos e defendem seus interesses, o ato político se faz. Porém, ao desviar-se do campo das ideias, e estereótipos são criados para desqualificar os opositores, a capacidade de governar deste líder, é colocada em xeque, quando se apropria dos termos (ligado por um artigo que determina gênero deixando a cargo da semiótica, a apresentação dos significados e o que se propôs a dizer) "descer a madeira" atestando um descontrole na construção do discurso.
Nesse sentido, percebe-se uma falta de conhecimento da democracia, liberdade e uma concepção de como a sociedade se estrutura e a todo custo se esquece que "o poder emana do povo". Diante disso, pergunto se aqueles que não apoiam o gestor, não são cidadãos de bem? Isso não seria exclusão? O senhor foi eleito para governar para o povo ou para aqueles que te elegeram? Essa política empreendida, não seria segregação? Nesse sentido, não estaria o senhor adotando a prática FACISTA?
[....] "O que eles merecem mesmo é que todos nós, população de Barrocas, pessoas de bem, deste município e agora eu chamo (!) diante dessa situação que estamos vivendo, mas eu preciso chamar esse povo, para que a gente se manifeste o máximo que puder, (!). Essa política tem que acabar."[...] - (José Jailson Ferreira, Barrocas, 2020)
Ao usar o pronome "Eu" na elaboração da sua fala, verifica-se atitudes bem como comportamentos voltados para si mesmo, de modo relativamente insensível às preocupações dos outros. Assim, ao adotar essa postura egoísta e sem perceber, permite o surgimento de uma autoafirmação destrutiva, tentando a todo custo, evidenciar suas qualidades as reforçando a todo o momento. Nessa perspectiva, líderes com essa característica não se sustentam, caem no ostracismo, se transformam em cinza e passam a compreender que o ato político não se faz sozinho e que depende do povo.
[...]"Essa política que eles(!) não pensam no cidadão, não pensam no ser humano. Eles pensam no poder, no dinheiro, na vantage(m), assim que eles foram governados. Alguns que eles conseguiram manter ainda lá, são aqueles POMBOS SUJOS, são aquelas pessoas que jamais pensam um milímetro além do benefício próprio."[...] (José Jailson Ferreira, Barrocas, 2020)
Achando que a compreensão se fez, o que leva alguém a fazer a declaração acima? Ele foi eleito para favorecer os seus ou governar para todos? Ao se apropriar das palavras POMBO SUJO para adjetivar seus adversários, não estaria estendendo para todos os Barroquenses? Mas o que seria POMBO SUJO? Sabe, aqueles soldados que lutaram na Guerra de Canudos, também foram chamados de pombos sujos, após serem enganados, pelo governo da época, por terem começado sozinhos, a formação das favelas, homenagem feita, a uma planta do Sertão.
Diante disso e bebendo no samba, em especial, na discografia do Bezerra da Silva ("malandro é malandro, mané é mané, 2000) que diante de toda adversidade, trabalha e é feliz, na concepção do prefeito, é esperto e visa sempre se aproveitar dos outros com algum tipo de truque ou enganação. Agora, basta ao prefeito reconhecer o erro e pedir desculpas, afinal, trata-se de um gesto nobre e de humildade.
Por: Por Luis Cláudio Motta Mascarenhas
Graduado em Letras
Pós-graduado em Estudos Linguísticos, Medotologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Pós-graduado Marketing Digital.
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