Carpinteiro Hamilton Teles e seu filho Davi Lucas - Foto: Victor Santos |
O regresso à terra natal, acontece com a liberação das empresas, a maioria de construção civil. São as chamadas "baixadas", as férias dos trecheiros, que possibilitam a oportunidade deles retornarem para 'matar a saudade'. A história retratada na letra da canção "lamento de um nordestino" de Frank Aguir e Francis Lopes, descreve um pouco da realidade de milhares de brasileiros, quando cita; "ele sofre quando tem que ir embora... A família toda chora, Mas não pode mas ficar", diz a letra em analogia à decisão de escolher viajar, ou como dizem, 'ir para o trecho', na busca pelo sustento da família e do crescimento profissional.
No estado de Minas Gerais, mais precisamente no pacato município de Serra do Salitre, com pouco mais de 10 mil habitantes, concentra-se um complexo minério-industrial, que logo será complementado por uma fábrica de fertilizantes (em construção). É nesta obra, classificada como construção civil pesada, dentre tantos barroquenses, que trabalha Hamilton Teles, de 38 anos.
"A gente tá longe, e já fica esperando chegar o São João. Sempre alguém manda uma foto da praça, da arrumação e ficamos na expectativa de chegar. Aqui aproveitamos o tempo curto pra ficar mais perto da família, dessa terra que amo. Se eu pudesse, nem saia, mas é questão de trabalho, por isso a família entende", explica o operário da área de carpintaria. Função; corte, armação e reparo em peças de madeira para confeccionar conjuntos ou peças para edificações dentro da obra. Hamilton chegou em Barrocas no dia 21 de junho, após percorrer 1.500km (mil e quinhentos quilômetros) de Salitre até Barrocas: "as pessoas falam que nós barroquenses somos apaixonados, eu disse aos pernambucanos (colegas de trabalho) que se apaixonar seria quando eles passassem pela cidade. Depois que eles viram, parabenizaram a nossa cidade, que realmente tá muito bonita" reconheceu com felicidade o trabalhador.
Gabriel ao lado do filho Bernardo |
Outro barroquense, o jovem Gabriel Firmo, 22 anos, trabalha na montagem de sistema de monitoramento de barragens em Vazante, também em Minas Gerais. O município é considerado como a 'Capital Nacional do Zinco'. Para ele a administração municipal e a população estão de parabéns em recepcionar bem os filhos da terra no período junino: "É o festejo mais esperado do ano, a gente pai de família que trabalha fora, chegar e vê esse cenário, ornamentação e a festa boa. A pessoa se sente entusiasmado pra voltar," afirmou. Sobre a cidade onde está vivendo, Gabriel comentou que lá não são comuns as comemorações juninas: "Não acha essa tradição de fogueira, milho e comidas típicas na cidade que eu trabalho".
@ Nossa Voz - Por Victor Santos / Colaborou Rubenilson Nogueira
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