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sábado, 28 de março de 2015

QUE A VALSA SEJA AO SOM DA CRÍTICA POPULAR: BARROCAS, 15 ANOS


“É,                 
a gente quer viver pleno direito
a gente quer é ter todo respeito
a gente quer viver numa nação
a gente quer é ser um cidadão” (É - Gonzaguinha)

A palavra debutante vem do francês débutant e significa, em um primeiro momento, “estreante”. A festa hoje, de característica feminina, celebra a passagem da etapa mais pueril da vida da menina para um tempo novo: o da mulher; o da participação em grupos sociais, o do compartilhamento de questões e responsabilidades mais profundas no âmbito da sociedade.
Tal qual o sujeito, a exemplo da menina debutante, uma cidade, neste caso mais específico e de modo especial, Barrocas, deve estar pronta para mais um ritual de passagem. As dificuldades, os conflitos, as divergências e as desventuras não foram poucas. Também não foram insignificantes as vitórias, os títulos, os avanços, as esperanças e os sonhos de tantos barroquenses que incorporam e dão forma ao que conhecemos como Barrocas. Os sonhos são demasiados e, que bom que assim o seja.
 Nossa cidade ainda continua expulsiva. Sua força de trabalho segue a estrada em direção aos grandes centros urbanos onde, a muito custo da saudade de casa e das intempéries culturais e materiais, buscam o sustento das suas famílias que ficaram na cidadezinha do interior da Bahia. Podemos dizer que, em certa medida, Barrocas é núcleo matriarcal. Aqui ficam-se as mulheres e seus filhos enquanto seus maridos estão longe à serviço do trabalho.
São quinze anos de emancipação política, entretanto, as dependências da velha cidade de Serrinha ainda é um fator presente em nosso cotidiano. Barrocas ainda é jovem, esperamos que os próximos anos que sigam possam lhe dar robustez, altivez e mais coragem para ousar em uma maior independência, agora não mais política, mas no que se refere a infra-estrutura tanto na saúde e emprego, quanto em assuntos civis e educacionais.
 As estruturas do nosso município devem atuar com mais transparência, permitindo a qualquer cidadão o acesso às informações que movimentam a engrenagem política. O poder executivo e legislativo municipais devem possibilitar uma maior participação popular nas decisões que importam à agenda política local. A valorização dos(as) professores(as) e possibilitar espaços adequados ao desenvolvimento das crianças e adolescentes no âmbito escolar devem ser fator central, ao redor do qual todas as disposições devem se colocar.  Como dizia Paulo Freire, “educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

Parabéns, Barrocas, muitos anos de independência e consciência política!

Por Itan Cruz para o Jornal @ Nossa Voz

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