De folga, num passeio na Região da Fazenda Alagadiço, em pleno feriado de 1º de Janeiro o mototaxista Márcio Cunha, conhecido como Doce Moto-Táxi decidiu seguir o barulho do motor de sisal, logo percebeu que cerca de 10 pessoas trabalhavam num dia em que muitos se divertem bastante. “Eu quis saber por que as pessoas apesar do feriado estavam trabalhando e muito naquele dia”.
Márcio descobriu que não se tratava de uma imposição do patrão ou do Dono da terra, os trabalhadores disseram a ele que trabalhavam por necessidade, pois caso contrario o dia parado dificultaria as compras do sábado.
“Eu me comovi não só com o trabalho, mas também com as condições, então resolvi gravar esse vídeo, pois quem sabe assim não chega à Câmara dos Deputados e eles tomam uma atitude que possa melhorar a vida dessas pessoas” disse Márcio.
Segundo ele apesar da diminuição dos campos de sisal e consequentemente dos motores, essa atividade ainda é responsável por movimentar o comércio no pequeno município baiano com cerce de 15 mil habitantes; “Quando os motores estão parados aqui em Barrocas, nós percebemos que o movimento diminui na cidade, quando estão funcionando os mercados ficam movimentados” afirmou.
Um dos trabalhadores disse ao mototaxista que recebeu uma proposta de emprego numa firma, porém não dispõe do recurso para ir a Capital do Estado para providenciar exames e documentos obrigatórios, por isso seguirá no motor até conseguir o valor necessário, porém teme já ter perdido a vaga de auxiliar de carpinteiro.
No sábado as famílias vem à cidade fazer as compras, com o que ganham, pagam parte do que devem e voltam a comprar, por isso nunca podem parar, correndo o risco de serem impedidos de comprarem na semana seguinte.
@ Nossa voz – Colaborou Márcio Doce
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