Barrocas: Marketing Político com o sofrimento de inocentes.

Ambulância está à frente do veículo, pronta para o atendimento.

Nesta sexta-feira (22), completou oito dias que um senhor, foi vítima de um acidente que aconteceu por volta das 6h da manhã daquele dia, nas proximidades da Caixa d’água da Embasa em Barrocas.

Alfredo, conhecido popularmente como Tiguê, pilotava uma moto Honda Biz, quando colidiu na lateral de uma picape. Devido ao choque ele acabou caído, e supostamente teve uma torção no joelho, não se sabe se em virtude do choque ou da queda.

O senhor foi socorrido por populares, que acionaram a ambulância do Hospital Municipal, Alfredo foi levado à unidade hospitalar, segundo ele ao chegar um médico lhe atendeu, estabilizou seu estado clínico e imobilizou toda a perna; “eu sentia muita dor, parecia que a bolacha do joelho tinha saído do lugar” disse. O paciente necessitava passar por procedimentos e exames que a unidade hospitalar municipal não dispunha, assim iniciaram-se os procedimentos legais para que ele fosse transferido, porém antes de tudo precisaria da Regulação, ou seja, uma espécie de autorização do hospital para o qual ele daria entrada.

Neste intervalo de tempo, segundo informações, como vem ocorrendo com freqüência, alguém, não se sabe quem, ou mesmo se trabalha ou não no HMB, manteve contato com o ex-secretário de ADM e Finaças, Jailson Ferreira (Jai) que foi ao Hospital. Logo, sobe a alegação de que agilizaria o atendimento e o tratamento da vítima, Jai conseguiu a autorização da família para que o homem fosse retirado do Hospital. É preciso destacar que a ambulância permaneceu o tempo todo pronta para levar o paciente assim que a regulação tivesse êxito.

Com a perna imobilizada, Alfredo foi colocado num veículo particular, sem nenhuma condição de executar o transporte de um paciente que havia sofrido um acidente, sendo o mais correto, viajar numa ambulância e deitado na maca e se possível sobe os cuidados de um profissional. Mas tudo era segundo, se alegava, para o bem do paciente, evitando que esperasse por muito tempo no Hospital.

O pior estava por vim, para ser atendido em Feira de Santana, sem está numa ambulância e devidamente “regulado” pelo Hospital de origem, era necessário passar uma idéia de que ele sofreu um acidente naquela cidade, e não poderia dizer que havia sido atendido em outro hospital. Para isso todo procedimento feito no Hospital Municipal de Barrocas, foi desfeito; “ele pegou uma tesoura e cortou a atadura e tirou o material que segurava a perna” disse o homem. Este procedimento pode ter agravar a lesão, se é que não ocorreu. Porém o paciente diz que não teve maiores problemas.

No Hospital de Feira de Santana, nada mais do que o Raio X, foi feito além do que já ocorrerá em Barrocas, imobilizado novamente Alfredo retorna a sua cidade onde permanece na sua espera pelo tratamento adequado sentado no seu sofá, apesar da dor, recebe os amigos sorrindo, suas irmãs e uma vizinha cuidam dele.

Em entrevista para o radialista José Ferraz, no sábado dia (16) , Alfredo disse que se ficasse no HMB poderia demorar a transferência, e até agradeceu a Jai. Talvez ele não imaginava que demoraria tanto, pelo contrário deveria acreditar que logo na segunda, ou na terça-feira tivesse um fim para o seu sofrimento, o que não ocorreu, nesta sexta-feira (22) completou uma semana de uma esfera sem fim. 

Imagem reprodução.

O caso está sendo utilizado com fins políticos, principalmente buscando atingir a imagem do vice-prefeito da cidade, Joilton Avelino (Tita), num blog supostamente editado por pessoas ligadas ao secretário que inclusive mantém um banner e mural que diz “Jai o Futuro de Barrocas”. Segundo as postagens, o vice- prefeito e o ex-vereador Braz tiraram fotos do momento em que o senhor era retirado do Hospital, o que provocou as duras críticas contra ambos.

Logo se percebe que o político ganhou notoriedade por supostamente ajudar um homem que sofria, e ainda atingiu um adversário político, mas a verdade é que, mesmo com toda cena criada, um homem simples, trabalhador e honesto continua sofrendo e nem mesmo pode retornar ao Hospital Municipal de onde foi retirado para ter um tratamento digno.

Segundo uma pessoa próxima da vítima, o exame custa R$590,00 (quinhentos reais), e só deverá ser feito na segunda, e não será particular e sim pelo SUS. Ficam as dúvidas, se tivesse ficado no Hospital de Barrocas este exame já não teria sido feito? Ao assumir o compromisso de ajudar o homem, não seria correto o político pagar o tal exame evitando assim o prologamento do sofrimento de uma senhor de idade? 

"Talvez eu não volte mais a fazer o que fazia antes, eu subia em escada e ainda fazia alguns trabalhos sem sentir nada" disse Alfredo em conversas com amigos.

Coisas da nova política de Barrocas.

Por Rubenilson Nogueira