O comerciante Gelson da Farinha, é veterano no ramo de cereais, desde crianças trabalhava com o seu pai, com quem aprendeu não só a negociar, mas também os costumes do homem do campo.
Numa conversa informal, sobre política, comércio, família e religião, Gelson levantou questões importantes principalmente sobre a vida do homem do campo na atualidade. Para o comerciante as coisas vêm mudando rapidamente com o passar do tempo; “as pessoas estão mudando os costumes, observo bem isso, vejo principalmente que praticamente já não usamos alguns dos tradicionais meios de transportes, hoje já não tenho clientes que vem à feira aos sábados em carroças, montados em animais ou mesmo rodando bicicletas, hoje em dia tá todo mundo de moto” disse.
O comerciante lembrou-se dos tempos em que as famílias vinham para a feira e amarravam os animais em locais exclusivos , depois de muito tempo retornavam e iam para suas casas, segundo Gelson ninguém mexia, nem nos animais nem mesmo nas coisas que ficam nos alforjes, mas hoje deixa-se uma moto trancada, vai fazer a feira e quando retorna para busca a motocicleta ele já não está.
Gelson também falou da religião, para ele não precisa mudar de igreja para mudar de vida, basta reconhecer os erros e ler bastante a Bíblia e seguir em frente; “em relação à religião, vejo muito coisa que não deveria acontecer principalmente à preocupação com o dinheiro, se um padre já ganha seu salário, porque cobrar por um casamento, por um batizado? Não acho certo ter igrejas perfeitas na sua estrutura e na comunidade pessoas passando dificuldade até para se alimentar” Questionou. O comerciante lembrou dos tempos dos leilões na igreja, ocasião em que os agricultores faziam doações de coisas típicas da roça para agradecer pela fartura.
Sobre a economia local o comerciante mostra preocupação pois para ele a região de Barrocas já não se produz como antigamente, “nos tempos dos nossos avós era uma fartura, se plantava e colhia de tudo, criação se via em toda raça, pastos repletos de ovelhas e gado, nos quintais porcos, saques e muitas galinhas, assim o homem do campo tinha tudo para seu sustento e ainda para revender”, segundo Gelson hoje até ovos de galinha da terra não se encontra em Barrocas, e para atender os seus clientes, ele tem que comprar na cidade de Araci.
“Já não produzimos como antes, parte é em virtude da seca uma das mais longas dos últimos tempos, mas também há um certo acomodamento por parte de algumas pessoas” lembra.
@ Nossa Voz - Por Rubenilson Nogueira
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