Barrocas: Ônibus da saúde estaria sendo usado para levar parentes de políticos para a praia na capital do estado.

O senhor José Aderaldo Pimentel de Queiroz 55 anos, esteve nesta quinta-feira (24) na redação do JANV, e fez denúncias graves contra a Secretaria de Saúde do Município.

Segundo o senhor José, conhecido por Didiu, há algum tempo ele tenta ir a Salvador para realizar exames que necessita fazer a cada três meses. O Barroquense nos disse que sempre chega antes da 3 horas da manhã no Hospital e espera até que alguém apareça para atender às pessoas que irão viajar. Segundo ele por várias vezes é informado que não tem carro, as desculpas são diversas; “falam que não tem carro, que não tem gasolina, que tá quebrado, só que não falam pra gente antes, só na hora”, as pessoas que necessitam viajar para se cuidar, têm que retornar para suas casas, e pagam outro transporte além daquele que já havia os trazido.

Na quarta-feira, Didiu como de costume chegou ao HMB antes das três, depois de algum tempo o motorista apareceu e informou que outra vez não teria a viagem, pois o veículo estaria sem combustível. Cansado da situação, conforme nos contou, Didiu decidiu por esperar o responsável pelo transporte, assim aguardou até o senhor Adelson acordar para então o procurar para ter explicações.

Quando conseguiu falar com Adelson, o mesmo teria lhe dito que teve alguns problemas e que o carro não tinha combustível porque havia chegado tarde,  por isso não foi possível abastecer. Mas o motorista havia dito ao paciente que Adelson deveria ter deixado o dinheiro do combustível e o valor para seu alimento o que não o tinha feito e por isso não viajaria.

Indagado diante da nova versão Adelson disse que não teve dinheiro, e por isso não teria como haver a viagem. Ao voltar para o Hospital Didiu encontrou o Prefeito Municipal, que numa explicação, (sem entrar em detalhes) falou que resolveria o problema, e teria a viagem; “agora vai dar certo, vai sair, vai sair” disse. Mas informou que antes o veículo teria que pegar algumas pessoas no povoado de Minação, pois estes iriam doar sangue em Salvador.

Já atrasados e com o roteiro alterado, a viagem aparentava que não teria o êxito esperado, mesmo assim o homem seguiu na tentativa de fazer os seus exames.

Didiu conta que entre as pessoas que embarcaram no “volare”(ônibus) em Minação tinha crianças e adolescentes, sendo que um menino levava uma bola numa sacola. A situação parecia estranha, mas as suspeitas só aumentaram depois que o veículo foi obrigado a desviar o roteiro outra vez, o motorista teve dificuldade de chegar ao destino indicado pelos passageiros entre estes filhos e pessoas próximas ao vereador Dudinha, depois de algum tempo chaga-se ao local, o carro para e segundo José Aderaldo na praia, onde todos desceram; “não sei o que foram fazer mais sei que era na praia” disse.

Só então o microônibus começou a conduzir as pessoas aos destinos, dentre elas o senhor José Aderaldo que só chegou ao seu verdadeiro destino ao meio dia. O paciente descobre então que já havia perdido a consulta.

Resumindo, depois de tudo o paciente retornou a cidade sem resolver o problema, enquanto alguns voltaram bronzeados. “Não vi nenhuma marca de agulha, fiquei observando pra ver e não vi” garantiu. Para piorar antes de desembarcar os pacientes, àqueles que foram doar sangue desceram primeiro em Minação, mesmo depois de José Aderaldo ter pedido para que primeiro fosse à cidade e em seguida os demais passageiros fossem levados. Antes ouvi de alguns que ninguém estava pagando o carro.

Outros passageiros também não gostaram da situação e incentivaram Aderaldo a denunciar, e falaram que se precisasse também iam falar, ia testemunhar se preciso. “Eu agüentei por muito tempo, agora resolvi tomar providência”

“Já tô com seis anos nesse sofrimento, na gestão de Edilson eu não achava um passagem nem de 0,01 (centavo), tudo era do meu bolso, agora na gestão de Almir tem o carro da saúde e a pessoa só perdendo a viagem, só perdendo tempo, to chateado com essa situação”.

Buscamos explicações através da Secretaria de Saúde, por telefone o Secretário Patrício, nos informou que na relação da secretaria a viagem foi formada por 16 pacientes, entre estes o senhor José Deraldo, que é morador da comunidade de Baraúna do Rumo, e declarou que entre os cadastrados não havia nenhum do povoado de Minação. Patrício disse que se houve a inclusão de mais pessoas para viajar não foi com o consentimento da Secretaria. Nem mesmo que fosse para doar sangue na capital.

Ouça a entrevista com o Senhor José Aderaldo na Rádio Web (das 12 às 13:30).

Por Rubenilson Nogueira