Em Brogodó os políticos aprontam e quem leva a fama de ladrão são os cangaceiros.

Quando Brogodó foi emancipada faltava tudo, foi como quando nasce uma criança, o governo e deputados juntamente com líderes brogodoenses tinham a obrigação de fazer alguma coisa, assim como os pais tem a obrigação de ter vestes para seu bebê, que acabara de nascer. Brogodó cresceu como qualquer criança, aos cuidados de seus pais, porém parece ter ficado órfã e as pessoas que a adotaram não estão sabendo educar porque não pensa em seu desenvolvimento e sim em seu próprio bem.

Quando o coronel Timóteo foi prefeito ele registrou várias empresas em nomes de laranjas, algumas já foram fechadas outras estão no esquema até hoje, juntamente com outras novas empresas que foram abertas para trabalhar na gestão de Patácio. O esquema funciona assim: o gestor convida três ou quatro empresários destes de fachada, e anuncia uma obra que será feita, comunica a eles que suas empresas estarão fazendo parte da licitação e anuncia qual será a vencedora, depois de tudo certo, como manda à lei a obra será feita, mas sob o comando do prefeito, e por profissionais sem vínculo nenhum com a suposta empresa que ganhou a licitação. Com tudo, para os empresários dar se por satisfeito em assinar onde o prefeito manda, recebem seu cala boca.

Na gestão do coronel o ministério das cidades liberou para Brogodó um milhão e quase quinhentos mil reais para construção de casas populares, ele começou a obra e não terminou, prestou contas de aproximadamente quinhentas mil reais e as casas não foram concluídas, os possíveis donos das referidas casas percebendo a demora decidiram invadir mesmo vendo que elas não estavam concluídas. Quanto aos novecentos e tantos mil reais que restou, deixou alguém mais rico.

O “sistema é bruto”, o novo gestor entrou no esquema do grupo Brogodó Independente, ele recebeu do ministério dos esportes uma liberação de trezentos mil reais para serem gastos na terraplanagem onde seria erguido o estádio municipal. A terraplanagem nem foi completamente feita, mas a empresa recebeu cento e cinqüenta mil,  os outros cento e cinqüenta mil deixou alguém um pouco mais rico e Brogodó em dívida com mais um ministério. Temos em andamento a passos de tartaruga em Brogodó, a construção de um matadouro no valor de um milhão e quinhentos mil reais liberado pelo ministério do desenvolvimento agrário de Seráfia, lá teremos um elefante branco que está localizado em um local perfeito pra ser apontado, ó lá nosso elefantão.

Por Gelson da Farinha.