Abraços tristes

O texto abaixo foi publicado, na edição de Nº49, do Jornal A Nossa Voz impresso, de Dezembro de 2009 na coluna Opinião . Todavia, percebe-se que o mesmo permanece atual, pois os problemas relatados naquela época persistem. Leia e tire suas próprias conclusões.

Abraços tristes

O ano de 2009 acabou com tristeza, e iniciamos 2010 chorando. As tragédias que aconteceram recentemente chamaram a nossa atenção, refletimos e estamos abalados até agora. A sociedade vem passando por um processo de acomodação, paralisação, inércia, pois observamos hoje, sofremos amanhã e não lembramos mais na semana que vem. A violência vem crescendo em todo país, mas isso não pode servir de atenuante, não vamos entrar nessa de ficar observando de braços cruzados jovens sendo arrancados dos seus lares, das suas famílias, e justificar que a violência está em todo Brasil. Moramos numa cidade com 13.868 (14.177 atualizado) habitantes, assassinato por aqui tem que nos chocar e nos mobilizar. As mortes no trânsito envolvendo jovens vêm crescendo em todo país, só não podemos ficar deitados no sofá vendo os graves números das capitais e aqui parados aceitando que em Barrocas a cada final de semana mais acidentes aconteçam. Barrocas é uma das cidades que mais cresce na Bahia, para não falar do Brasil em proporção é claro, é hora de serem desenvolvidas políticas publicas para que este crescimento não eleve números negativos, como homicídios, acidentes de Trânsito, inadimplências, analfabetismos, desigualdade social, evasão escolar dentre outros. Algumas pessoas por aqui tem a falsa impressão de que a cidade está bem quando se realizam obras estruturais, calçamentos, praças, etc. e acabam levando os administradores a priorizarem essas ações. Como viemos de um mandato de obras (cimento) corremos sérios riscos de sermos a cidade do concreto, lembro que há muito a ser feito além de obras. É preciso instruir as crianças desde os primeiros anos na escola, incentivando a leitura a prática esportiva a educação no trânsito, a conviver em sociedade e ter disciplina e muito mais. A hora é esta, vamos mobilizar a população, filhos, irmãos e amigos que perdemos não o teremos de volta, nos resta agora aprender com os fatos e tentar evitar que outros sigam no mesmo caminho. Chega de “abraços tristes”, em momentos que deveríamos comemorar estamos chorando.

Vamos realizar palestras nas escolas, entidades de classe, é hora de nos unirmos: população, políticos, polícias, associações igrejas e entidades, só assim juntos somando forças encontraremos soluções de médio e longo prazo. Não devemos buscar apenas culpados e sim soluções.

Fonte: Jornal @ Nossa Voz Impresso - Por Rubenilson Nogueira

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