Missa de 7º dia de Acácia Queiroz foi marcada por muita emoção.

Com a igreja lotada de amigos, parentes e pessoas que simplesmente gostavam do jeito de ser da jovem Acácia Queiroz aconteceu a sua Missa de 7º dia dessa pessoa amada e querida por todos que foi brutalmente assassinada no dia 31 de julho. As pessoas presentes ouviram do Padre Márcio que a dor da despedida é muito grande, mas deve-se lembrar que a pessoa que se foi está num lugar melhor que nós, e disse: “quando a gente sonha com uma pessoa que já morreu a gente nunca sonha com a pessoa no caixão, sempre sonhamos com a pessoa sorrindo e feliz”.

Augusto irmão de Acácia falou “É uma dor muito grande que a família está sentindo mas nós sabemos que ela está bem melhor que a gente, minha irmã era muito feliz, eu já sonhei com ela duas vezes, ela me pedindo para eu cuidar dos filhos dela, (emocionado continuou) e quem fez isso com ela que o senhor coloque a mão no coração dele, para que se entregue” Augusto em sua fala pediu a união das pessoas para que esse crime não fique impune. Ele ainda disse: “essa moda não pode e não vai pegar em nosso município” referindo-se ao assassinato da sua irmã.

Encerrando a celebração, padre Márcio pediu a comunidade para denunciar a violência contra as mulheres e orientou os fiéis a levantarem a voz contra este crime. "Quem se ama, se cuida” e acrescentou “acho que Deus não vai condenar uma mulher porque se separou do marido que batia nela”. “Não é possível manter um casamento com agressões, maus tratos, desrespeito, o tempo da escravidão acabou em 1888". O Padre ainda disse que no Brasil são mortas 26 mulheres por dia, e por isso temos que denunciar para evitar mais crimes.

Manifestação Pública:

Logo depois da Missa uma manifestação aconteceu clamando por justiça, centenas de pessoas caminharam pelas principais ruas da cidade até a delegacia de polícia civil. Colegas de Acácia no Conselho Tutelar iam à frente com uma faixa que dizia “Acácia Saudades eternas”, outras faixas foram expostas na caminhada, uma deles erguida por alunos e professores do Colégio Plínio Carneiro de Barrocas.

Durante a caminhada uma chuva fina caia, mas as pessoas continuavam a participar da manifestação, e seguiam atrás do carro de som que tocava músicas religiosas.

Em frente à Delegacia Augusto abraçado com o filho mais velho de Acácia foi o primeiro a se manifestar pedindo por justiça e foi acompanhado por todos num coro que emocionou quem estava presente.

Em seguida Iranice, tia de Acácia, falou que calaram a voz de Acácia, mas a voz de Barrocas não conseguiram calar. “Vamos mostrar que Barrocas é uma cidade pequena, mas que aqui tem justiça chega de violência, violência não gera nada, só mais violência” ela pedia justiça pelos filhos de Acácia. Iranice disse ainda que Acácia falava sempre que o seu sonho era criar os filhos e torná-los homens de bem. Iranice disse ainda que para ela não existia crime perfeito e sim crime mal investigado, mas com certeza este crime estava sendo bem investigado.

Todos que falaram inclusive os familiares preferiram não apontar suspeitos e demonstraram confiança no trabalho da polícia e da justiça no sentido de esclarecer o crime e prender os culpados. O ex-marido da conselheira Gilberto Rodrigues de Queiróz, 60 anos que estava detido na Delegacia de Barrocas, por medida de segurança foi transferido para o Complexo Policial de Serrinha.

O Ato foi pacífico e o único agente da polícia civil de plantão assistiu em silêncio ao desfecho da manifestação.

Alguns dos participantes vestiam camisa branca, com a foto de Acácia na frente, e nas costas a expressão: "Quem ama não mata, não humilha e não maltrata".

As pessoas presentes seguiram para suas residências após o agradecimento de Iranice de Queiróz.

Outras imagens:

Em frente a delegacia as pessoas pediram por justiça.

O Prefeitu José Almir e o vereador Braz estavam entre os presentes. 

Jornal @ Nossa Voz - Por Rubenilson Nogueira