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sábado, 17 de abril de 2010

Pedro Goria: Artesão e Inventor.

Nessa bancada seu Pedro faz várias coisas, uma delas é uma
máquina de ralar coco, ele nos disse que nem por R$ 200,00
(duzentos reias) vende essa bancada.
Visitamos na manhã dessa sexta (16/04) a casa do senhor Pedro Jerônimo Gonçalves, morador ilustre da comunidade de Umbuzeiro. Conforme havíamos marcado com Celso Coelho da Casa do Sertão, incentivador do resgate dos costumes dos antepassados. Fomos lá conhecer um pouco da historio e das diversas atividades exercido por seu Pedro, conhecido em toda região como Pedro Goria, apelido herdado do seu irmão que era chamado de Zé Goria. O senhor Pedro hoje com 79 anos trabalha com diversas profissões, é pedreiro, carpinteiro, ferreiro, mas se destaca como artesão em madeira e inventor.
Desempoladeiras que ele faz para
vender. Já já tem até Estoque.
Muito contente Pedro Goria nos mostrou diversos das suas criações e invenções, com uma simplicidade digna dos grandes homens, contava detalhes do seu trabalho e das invenções explicando passo a passo. Ainda hoje apesar da idade ele confecciona “desempoledeiras”, “lebancas” de ferro, cabos de enxada e machado, e se for solicitado ainda pode fazer o tão complicado parafuso de prensa (A prensa era muito usada no passado nas antigas casas de farinha). Os serviços vêm de toda região, enxadas e machadas para bater e colocar cabos, tudo segundo ele feito como se fosse um lazer, em suas palavras: “olha meu filho eu faço tudo isso como uma diversão, é bom pra minha saúde, não paro, tô sempre inventando. Risos...”. Ele nos mostrou em detalhes uma das suas engenhocas, uma máquina feita para ralar coco, aimpim e outros.
O fole,  usado para aquecer os ferro.
O que mais nos impressionou foi a forma com que ele aquece os ferros no “fole” para depois bater e confeccionar, as “lebancas”, martelos e outros. Funciona mais ou menos assim: Girando uma roda com uma correia que faz um certo ventilador fechado direcionar o vento para um espaço de cimento onde fica os carvões, o ferro é colocado junto, e sai dá lá com uma cor bonita,em alta temperatura, daí com muita forço e várias pancadas de marreta, ele vai dando forma às ferramentas.
Depois de aquecido
em alta temperatura, é hora
de bater.

A profissão de Carpinteiro já faz mais de 50 anos que ele aprendeu e trabalha já como ferreiro, tem uns 20 anos só que de uns 15 pra cá se tornou um dos bons, segundo ele mesmo nos disse.
Pedro Goria é hoje um dos poucos ferreiros na região, podemos confirmar ser o mais velho e experiente. Homem de grande caráter, simplicidade e um senso de humor pouco visto.
Assita a entrevista, É só clicar.

Por Nogueira Rubenilson, com Colaboração de Celso Coelho e Fotos de Danilo Nogueira.


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